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Internacional Quinta-feira, 28 de Abril de 2022, 14:52 - A | A

Quinta-feira, 28 de Abril de 2022, 14h:52 - A | A

Brasil-Bolívia

Caminhoneiros fecham fronteira Brasil-Bolívia em protesto contra bloqueios na Bioceânica

Povo indígena Ayoreo mantém pelo quarto dia quatro pontos de paradas

Rogério Vidmantas
Capital News

Diário Corumbaense

Fronteira Corumbá

Fronteira fechada na linha internacional que delimita o território entre os dois países

A fronteira entre a Bolívia e o Brasil, em Corumbá, está parcialmente fechada desde a 0h desta quinta-feira (28), sendo liberada apenas para pedestres. O movimento é feito pelo setor de Transporte de Carga em protesto por bloqueios em quatro pontos em cidades que ficam às margens da Rodovia Bioceânica pelo povo indígena Ayoreo. A ação chegou ao quarto dia, provocando prejuízo de milhões de dólares, já que diariamente cerca de 300 caminhões entram e saem da Bolívia e estão impedidos de seguir viagem. O motivo da manifestação seria política, já que o governo boliviano teria nomeado um representante diferente do que havia sido eleito.

 

Segundo a Associação de Transporte Pesado de Arroyo Concepción, muitos caminhoneiros estão tendo que pagar pedágio para poder seguir viagem. “Os pontos de bloqueio ficam a 15 km, 58 km, 61 km e 100 km de distância da fronteira com Corumbá. Os indígenas estão impedindo que os caminhões com cargas trafeguem e ainda cobram 'pedágio' dos caminhoneiros com valores absurdos que variam entre 100 e 350 bolivianos, o que seria em torno de R$ 75 a R$ 260,00. Ontem [quarta-feira] à noite, eles saquearam um caminhão carregado com cerveja. Pedimos às autoridades que nos deem uma resposta diante desse problema, enquanto não houver, seguiremos com a fronteira fechada, pois não podemos ser prejudicados. Queremos trabalhar”, afirmou Angél Saavedra, dirigente da entidade, ao Diário Corumbaense.

 

Sobre os pontos de bloqueios na Bioceânica, Angél disse que os manifestantes não aceitam decisão política. “Eles fizeram uma eleição e um representante foi eleito por eles, porém, o governo não reconhece e nomeou outro, o que causou revolta e, desde então, iniciaram os bloqueios na última segunda-feira”, frisou. Os manifestantes impedem a passagem de veículos com pneus, pedaços de pau e galhos de árvores, além de montes de terra.

 

Já na fronteira com Corumbá, o setor de Transporte de Cargas mantém a fronteira fechada na linha internacional que delimita o território entre os dois países e também no Posto Fronteirizo, que fica do lado boliviano, permitindo apenas a passagem de pedestres.

 

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