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Domingo, 10 de Novembro de 2019, 17h:41

Pressionado, Evo Morales renuncia à presidência da Bolívia

Na manhã deste domingo, Evo havia anunciado novas eleições

Rogério Vidmantas
Capital News

Leonardo Cabral

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Evo Morales (centro) deixa a presidência após anunciar novas eleições

Evo Morales não é mais presidente da Bolívia. Após pressão das Forças Armadas e diversos protestos nas grandes cidades do país, o agora ex-presidente durante 13 anos, anunciou neste domingo (10) sua saída do cargo. O vice-presidente, Álvaro García Linera, estava junto com Morales, também apresentou sua saída. 

 

Em pronunciamento pela televisão por volta das 17h (MS), Evo Morales diz ter sido vítima de um golpe cívico, político e policial. "Me dói muito que nos tenham levado ao enfrentamento. Enviei minha renúncia para a Assembleia Legislativa Plurinacional. Quero pedir desculpas por ter sido exigente durante o trabalho. Não foi para Evo, foi para o povo boliviano". O político, porém, deixa aberta a possibilidade de seguir na vida pública. “Aqui não termina a vida, segue a luta", completou. 

 

Além do presidente e vice, o presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Víctor Borda, também renunciou ao cargo, além de dois ministros de governo. Luis Alberto Sánchez (Hidrocarbonetos) e César Navarro (Mineração), que abdicou do posto depois que opositores queimaram sua casa.

 

Novas eleições

 

Na manhã deste domingo, Evo Morales havia anunciado novas eleições na Bolívia após auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontarem suspeitas no resultado contraditório, que, inclusive, levaram o país a três semanas de protestos e conflitos. Nos últimos dias, houve levantes de policiais e militares que se recusaram a tomar ações de repressão contra opositores, enquanto Morales acusou uma "tentativa de golpe de Estado".

 

A tensão na Bolívia vem escalando por conta de enfrentamentos entre apoiadores e críticos de Morales, que o acusam de fraude. Os resultados da auditoria da OEA seriam divulgados apenas em 13 de novembro, mas foram adiantados "por conta da gravidade das denúncias", disse Luís Almagro, secretário-geral da OEA em um comunicado que pede que a eleição do último dia 20 de outubro "seja anulada e que o processo eleitoral comece novamente".