Atual campeão sul-mato-grossense, o Corumbaense tem calendário lotado na próxima temporada. Além de defender o título estadual, disputa pela primeira vez a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro. A primeira preocupação da diretoria do Carijó, porém, é saber se poderá mandar seus jogos no Estádio Arthur Marinho. Um impasse entre a Liga de Esportes de Corumbá (LEC), dona do estádio, e a Prefeitura de Corumbá, que o administra se desenha para os próximos meses e os planos do torcedor local de acompanhar os jogos do clube estão ameaçados.
Para receber as partidas das competições previstas em 2018, principalmente as nacionais, o estádio precisa receber algumas adequações e melhorias e as obras, que já deveriam estar em curso, ainda não começaram. Isso porque o convênio entra a LEC e a Prefeitura, firmado em 2007 por dez anos termina em dezembro e a Liga não respondeu a solicitação do poder público de renova-lo. Uma vez encerrado, a legislação exige que todas as benfeitorias realizadas pela Prefeitura no local sejam retiradas. Isso inclui o placar eletrônico, cadeiras, carrinho-maca e todos os demais equipamentos usados para manutenção da praça esportiva.
Para o próximo ano, está prevista a troca do gramado, do alambrado e fazer cobertura da arquibancada oposta. Num segundo momento, será construída mais uma arquibancada atrás de um dos gols, ampliando a capacidade para os torcedores. Mudanças necessárias para o Arthur Marinho receber os jogos nacionais. Como serão necessários recursos estaduais e federais para as obras, a legislação exige que o estádio seja administrado definitivamente pela Prefeitura.
Como contrapartida, a Prefeitura de Corumbá ofereceu patrocínio total ao tradicional Campeonato Amador organizado pela LEC durante os próximos anos. Isso inclui assumir todos os gastos com arbitragem e premiações e a permanência da sede da Liga no próprio estádio.
De acordo com o Diário Corumbaense, na noite desta terça-feira (8), a diretoria da LEC se reuniu com os presidentes das associações que integram a entidade. O presidente da Liga, Leôncio Ribeiro Raldes disse que a situação do estádio não foi discutida e que a Liga aguarda que a Prefeitura formalize sua posição para que a conversa seja iniciada. "Por enquanto só sabemos de informações através da imprensa e estamos aguardando ser citados pelo Poder Público através de ofício para ter uma resposta e poder passar para os diretores de clubes o que está ocorrendo, saber o que a Prefeitura, a Funec, o que eles querem. Estamos aguardando que a Prefeitura formalize sua proposta”, disse Leôncio.
Por outro lado, a assessoria da Prefeitura informou que a diretoria da LEC já foi recebida em audiência pelo prefeito para tratar do assunto. No encontro, foram apresentadas as propostas em relação à municipalização do estádio e ficou decidido que a formalização do pedido aconteceria após reunião marcada pela Liga, entre diretoria, representantes dos clubes e do Município para esclarecimento de dúvidas. A Prefeitura aguarda posicionamento da LEC se haverá ou não esse encontro, para posterior envio da solicitação formal, uma vez que, segundo a assessoria, os dirigentes estão totalmente cientes de qual é o entendimento do Município em relação à administração do estádio Arthur Marinho.
Enquanto a situação não se resolver, o torcedor corumbaense pode não ver o time do coração disputando as competições nacionais em casa. Se isso acontecer, os jogos do Corumbaense podem ser disputados no Douradão, em Dourados, ou no Morenão, em Campo Grande.