Erik Silva/Capital News
Sebastião Lemos de Aquino estava no estádio no dia da conquista do título e guarda com orgulho matéria publicada na revista Placar de 1984
Trinta anos se passaram desde que o Corumbaense conquistou o título do campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol pela última vez. Apesar de todo este tempo as lembranças ainda são vivas nos mais ávidos torcedores do Carijó que relembram com saudosismo e orgulho a conquista que deu destaque a equipe pantaneira no cenário nacional.
Na época o título ganhou destaque em uma das mais tradicionais e renomadas revistas de esporte do país que classificou a conquista como uma “boa surpresa”. Faziam apenas cinco anos desde que o hoje centenário Corumbaense F.C, disputava junto as equipes profissionais e buscava um espaço entre os grandes do estado que até então tinham as equipes da capital como Operário e Comercial se revezando nas conquistas de título.
No entanto em 1984 a história seria mudada pela despretensiosa, mas aguerrida equipe do Corumbaense, determinada em acabar com a hegemonia dos times da capital. A diretoria foi buscar o técnico Da Silva, que conduziu a equipe naquele difícil campeonato em que o clube novamente voltou a ficar atrás de Comercial e Operário durante o primeiro turno e returno.
A ascensão corumbaense ficou evidente durante a disputa do quadrangular final quando o time surpreendeu a todos e assegurou o primeiro lugar, certificando assim a vantagem para a etapa final. Desde essa época a paixão da torcida Corumbaense pelo time da cidade já chamava a atenção da imprensa que fez questão de registrar a fidelidade dos cerca de 10 mil torcedores que acompanharam a disputa da partida épica no Estádio Arthur Marinho.
O jogo foi conduzido pelo arbitro José Roberto Wright, que naquele mesmo ano foi escalado para apitar as duas partidas da final do campeonato brasileiro, e em 1990, chegou a ser eleito como o melhor árbitro do mundo inclusive com participação em jogos da copa daquele mesmo ano. Seu Sebastião Aquino de 58 anos, se lembra bem daquela partida que mobilizou toda cidade.
“Aquele jogo ficou na memória de muita gente, até quem não gostava de futebol passou a ser entendido no assunto. Todo mundo duvidava do Corumbaense porque antes sempre quem ficava na frente eram os times de Campo Grande, o Corumbaense no máximo ficava em terceiro lugar, mas aquele time conseguiu animar os torcedores”.
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O jogo
Com a vantagem conquistada no quadrangular final, o time do Corumbaense disputou a primeira partida contra o Operário na Capital e arrancou um empate que deixou o corumbaense mais próximo do título que poderia ser definido em casa. Com a casa cheia o Carijó precisou suportar a pressão inicial do adversário que buscava a vitória e com isso forçar a disputa da terceira partida.
Mas os planos do Operário começaram a ruir aos 35 minutos de jogo quando “ponteiro-esquerdo” Negão interceptou a bola afastada pela defesa adversária e abriu o placar para delírio da torcida. A partir daí, a equipe do Operário “sumiu” em campo e o técnico corumbaense recuou a equipe e passou a explorar os contra-ataques.
Minutos antes do final da partida a torcida já convicta com a vitória começava a comemorar com gritos de “É Campeão”. Quando José Roberto Wrigth apitou o final de jogo uma multidão invadiu o campo para comemorar.
Todos queriam uma lembrança daquela vitória, os uniformes dos jogadores, chuteiras, as redes dos gols e até tufos do gramado serviram como um troféu para aqueles que atônitos pareciam não acreditar na conquista da equipe Pantaneira.
Neste sábado (11), o Corumbaense entra em campo às 18 horas pela primeira partida da semifinal do campeonato estadual, levando muito mais do que o nome e a tradição da camisa do clube, o time do técnico Claudio Roberto pode dar um importante passo rumo à final do campeonato e manter viva a esperança dos torcedores em rever o carijó da avenida novamente campeão do campeonato sul-mato-grossense.
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Imprensa classificou titulo do Corumbaense como uma “Boa Surpresa”
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