Município de Corumbá, no interior de Mato Grosso do Sul, recebeu na tarde da última sexta-feira (27), a certificação do registro do Banho de São João como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A cerimônia ocorreu de forma híbrida, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Corumbá.
O Banho de São João é uma das principais manifestações populares da cidade, ao longo dos anos os festeiros construíram uma de herança cultural que foi passada entre gerações, perpetuando a tradição de comemorar o santo junino com o batismo nas águas do rio Paraguai.
Diretor-presidente da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, Joílson Cruz, representou o prefeito Marcelo Iunes e destacou a importância do reconhecimento. “Hoje vivenciamos um marco histórico. Foram anos aguardando essa notícia, esse título. Muitos Festeiros e Festeiras que viram o início dessa história não puderam ver o resultado positivo que temos agora, mas nós guardaremos seus nomes na memória das nossas cidades. Corumbá e Ladário continuarão celebrando… sempre”, ressaltou Joílson Cruz.
A aprovação do Banho de São João de Corumbá e Ladário como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil aconteceu no dia 19 de maio, durante reunião do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Em 2010 a Prefeitura Municipal de Corumbá, por meio da então Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, encaminhou o pedido inicial, desde então foram realizados diversos estudos, festejos, interações, entrevistas, coleta de materiais e cooperação geral, envolvendo o Iphan, a Prefeitura Municipal de Corumbá, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Conselho Municipal de Políticas Culturais, para analisar a viabilidade da proposta.
Estudiosos afirmam que os primeiros registros do Banho de São João em Corumbá e Ladário ocorreram por volta do final do século XIX, na época os jornais locais retratavam a forma singular dos festejos juninos promovidos nas cidades pantaneiras. Conforme a assessoria, os festejos reúnem uma diversidade de influências de povos, como os árabes e portugueses, além do sincretismo religioso, entre o catolicismo e as religiões de matrizes africanas.
Dados da Fundação da Cultura do Patrimônio Histórico, apontam que em Corumbá existem ao menos cem festeiros no território urbano. Devido a pandemia da Covid-19, a prefeitura lançou um edital voltado aos festeiros de São João, que consiste na entrega de um registro audiovisual sobre a trajetória de suas comunidades para compor o acervo da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico.
O anúncio oficial contou com a presença virtual da presidente do Iphan, Larissa Peixoto, diretamente de Brasília, recurso que também foi utilizado pelo diretor-presidente da Fundação de Cultura de Ladário, Cleber de Miranda, que representou o prefeito Iranil.A presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Corumbá, Marcelle de Saboya Ravanelli e alguns festeiros de São João de Corumbá, como Rosana Lídia da Silva Pereira, que herdou a festa da mãe, Maria Paula da Silva, estiveram presencialmente no auditório em Corumbá.