Um peão de fazenda de 56 anos, sofreu deslocamento de clavícula quando preparava para laçar gado no pasto. A vítima mora na fazenda São Miguel, acessada a partir de Corumbá após cerca de 9 horas de viagem em embarcação pelo rio Paraguai. O 3° Grupamento de Bombeiros Militar (3°GBM) teve apoio da equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) para fazer o resgate e trazer o trabalhador rural para obter atendimento médico.
A lesão sofrida pela vítima ocorreu na última terça-feira (21), mas por conta das distâncias existentes no Pantanal, foi necessário uma grande operação para garantir o resgate.
Conforme relato do trabalhador Wilson Lima, ele estava trabalhando no campo e ao tentar ajudar colegas para laçar gado, sofreu o deslocamento da clavícula. A região onde ele trabalhava fica distante da casa da fazenda. Além disso, havia muita chuva na região. Depois de cerca de três horas de cavalgada, o peão conseguiu chegar em casa para pedir auxílio para esposa.
Houve contato em Corumbá para o resgate do trabalhador rural via radio. Uma equipe do 3º GBM deslocou a embarcação Tuiuiu de Corumbá para o Porto São Pedro, que fica rio Paraguai acima, por volta das 5h de quarta-feira (22), para resgatar o trabalhador rural. Porém, houve dificuldades relacionadas à condição climática e a equipe dos Bombeiros desencontrou com a vítima.
Do local onde o peão estava, na Fazenda São Miguel, até o Porto São Pedro, são cerca de 6h de viagem em embarcação. Esse deslocamento sofreu atrasos e quando o barco que trazia a vítima atracou no Porto São Pedro era em período que impedia a viagem prosseguir até Corumbá.
“Fizemos um contato com o Instituto Homem Pantaneiro, que prontamente deslocou uma embarcação para efetuar o transporte. Uma viatura do Corpo de Bombeiros aguardava a vítima e a levou para atendimento médico”, explicou o tenente do 3º GBM Hélio dos Santos Silva.
O técnico em comunicação do IHP, Josiel Oliveira, estava em serviço na região da Comunidade Amolar, no sítio Serra Negra. Não havia possibilidade de navegação durante a noite de quarta-feira, por isso, nas primeiras horas deste dia 23, Josiel fez o deslocamento de cerca de 50 minutos até o Porto São Pedro e resgatou o trabalhador rural e sua esposa até o Porto Geral de Corumbá. Essa viagem demorou em torno de três horas numa embarcação rápida.
A coordenadora de operações do IHP, Isabelle Bueno, ressaltou que só com um trabalho conjunto é possível atuar diante das longas distâncias que existem no Pantanal. “Temos um sistema de rádio no IHP que está interligado com os Bombeiros para conseguirmos fazer a comunicação e solicitar apoio, quando necessário. Esse sistema interliga o Porto São Pedro, a Comunidade Amolar e a Comunidade da Barra do São Lourenço.”
IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá, atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza.