O pecuarista pantaneiro, advogado e escritor corumbaense Abílio Leite de Barros, 86 anos, foi homenageado com selo comemorativo dos Correios pela 77ª Expogrande, aberta nesta quinta-feira, na Capital. O produtor rural, que participou da fundação dos sindicatos rurais de Corumbá e Campo Grande, foi a personalidade escolhida pela Acrissul para celebrar mais uma edição da tradicional feira agropecuária.
Acompanhado da esposa Carolina, dos filhos, netos e amigos que cultivou ao longo da vida dedicada ao Pantanal, Abílio Leite de Barros se emocionou durante a homenagem e disse, em breves palavras, que a Acrissul sempre foi sua casa, com a qual convive há mais de 40 anos e onde teve a oportunidade de se promover em conhecimento de novas tecnologias e também em administração da porteira para dentro.
Durante a Expogrande, que segue até o dia 3 de maio, circulará um selo dos Correios com a estampa do prestigiado homenageado, cujo lançamento contou com a presença do governador Reinaldo Azambuja, lideranças políticas, o presidente da Acrissul, Chico Maia, e produtores rurais de várias regiões do Estrado. O evento ocorreu ao ar livre, ao lado dos pavilhões de animais do Parque de Exposição Laucídio Coelho.
Pioneiro
Também participaram da homenagem o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Leite, e tradicionais pecuaristas da região pantaneira, dentre os quais Manoel Martins, Vicente Gomes da Silva, Daniel Marinho, Martins Santa Luci e Antônio Morais Ribeiro Junior. Este, amigo do homenageado desde os anos 60, fez a oratória onde relatou um breve perfil de um homem simples e de poucas palavras.
"O Abílio sente-se igual a nós, e faz sentir-nos iguais a ele. Mas ele é diferente”, relatou seu Toninho, 72 anos. “Foi o primeiro pantaneiro a formar uma pastagem de brachiaria no Pantanal, foi o pioneiro no cruzamento industrial e um reprodutor crioulo seu foi o touro melhorador genético número um do Brasil”, acrescentou. “É um grande homem, surpreendente, sempre se reescreve, e sem sua Carolina seria um pouco menor”.
Na definição do velho amigo, Abílio é “corajoso, mas não gosta de aventurar-se; cauteloso, só se mete em uma empreitada com a avaliação dos riscos; determinado, convencido da verdade, aceita os desafios e vai em frente; e ponderado, sabe a hora de parar e mudar de rumo”. E completa: “ele nunca está pronto, completo e acabado. Como disse seu irmão Manoel de Barros, Abílio você vive a sua incompletude”.
Orgulho
Convidado a falar, o tradicional pantaneiro se confessou encabulado. “Não sou orador, mas aqui estou diante de uma obrigação, pelo apreço e pelo destaque a minha pessoa”, disse. “Sempre falei pouco, sempre foi assim. Mas a emoção é muito grande, estou em minha casa, aqui fiz grande parte das minhas amizades, convivi com o Ludio Coelho, com o Eduardo Metello e muitos outros”, completou, emocionado.
Em seu discurso, o presidente da Acrissul, Chico Maia, agradeceu ao homenageado a oportunidade de convivência e aprendizado, acrescentando que a associação se sente orgulhosa de tê-lo em seu meio. Sobre o porquê de escolhê-lo, Maia foi sucinto: “Olha esse tanto de gente aqui prestigiando esta figura. Só isso já basta para que ele fosse escolhido, mas o doutor Abílio além de ser querido por muita gente, acrescentou muito à pecuária do Mato Grosso do Sul”.
Esse tipo de homenagem, denominada “obliteração”, é outorgada à personalidades ligadas ao agronegócio. No ano passado, a deferência foi concedida para o ex-presidente da Acrissul e líder Rural Eduardo Machado Metello. Nos anos anteriores foram homenageados Laucídio de Souza Coelho, Lúdio Martins Coelho (pecuarista e ex-prefeito da Capital) e os ex-governadores Pedro Pedrossian e Wilson Barbosa Martins.