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Política Terça-feira, 02 de Abril de 2019, 12:08 - A | A

Terça-feira, 02 de Abril de 2019, 12h:08 - A | A

Cassado

Carlos Ruso tem mandato cassado pelos vereadores de Ladário no caso Mensalinho

De dez vereadores, nove votaram à favor da cassação

Flavia Andrade
Capital News

Anderson Gallo/DiárioCorumbaense

Carlos Ruso tem mandato cassado pelos vereadores de Ladário no caso Mensalinho

De dez vereadores, nove votaram à favor da cassação

Nesta segunda-feira (01), os vereadores da Câmara Municipal de Ladário votaram pela cassação do ex-prefeito Carlos Anibal Ruso Pedroso (PSDB). Com isso, o atual prefeito Iranil Soares continua à frente do Executivo Municipal.

 

Estiveram presentes ao todo dez parlamentares, onde destes, apenas nove votaram pela cassação. Os vereadores Fábio Peixoto (PTB) e Jonil Júnior Gomes Barcelos (PMN), não participaram da sessão, estes solicitaram afastamento e foram substituídos pelos suplentes, para dar isonomia à votação, já que ambos e o presidente da Casa, Daniel Benzi (MDB), ajudaram o Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado) e o Ministério Público a colher provas de que o ex-prefeito pagava "mensalinho" a sete vereadores. Ruso e os parlamentares acusados estão presos em Campo Grande, desde 26 de novembro de 2018.

 

A Comissão Processante trabalhou por aproximadamente três meses na produção do relatório, sendo favorável às denúncias de infrações político-administrativas cometidas por Carlos Ruso, feitas pelo MPE. A investigação apontou que o agora ex-prefeito, comandava  esquema para ter apoio político dos vereadores, com pagamentos mensais que chegavam até R$ 3 mil a cada um dos acusados.

 

Segundo o presidente da Câmara, Daniel Benzi, o próximo passo é publicar o decreto que traz a decisão da comissão, oficializando a cassação de Ruso. Para o parlamentar, “Ele está cassado ao ser condenado aqui político-administrativamente. Independente do que ocorra na esfera judicial, ele não volta mais ao cargo. O próximo passo é publicar o decreto”, relata ao Site Diário Corumbaense.

 

Para o relator da CPI, vereador Gesiel Paiva Figueiredo, o trabalho da comissão é favorável e chega em um momento difícil para o município, “É um momento negro para Ladário. Nada disso teria acontecido se as partes envolvidas não tivessem participado dessa situação. Porém, cabe a nós desempenhar esse papel de decidir. Analisamos e estudamos todos os fatos até chegarmos à cassação”, destaca.

 

Por sua vez, Conforme informações do Site Diário Corumbaense, o advogado de defesa do prefeito cassado, Elton Nasser,“No nosso entendimento houve cerceamento de defesa e houve inclusive incorreta adequação da norma ao caso concreto. Diante disso, vamos tomar medidas que o caso requer no sentido de salvaguardar os direitos do Carlos Ruso, na esfera eleitoral. Vamos apresentar a ação cabível, onde prefiro fazer o histórico na própria petição. O que falei na tribuna, extremamente de forma respeitosa, foi no sentido que houve a afronta às garantias constitucionais na ampla defesa contraditória e essa situação vai ser objeto de exame mais profundo no judiciário e todas essas questões podem ser acolhidas”, declarou o advogado de Ruso.

 

Já o advogado da Câmara de Ladário, George Fuentes de Oliveira, destaca que o caso é referente ao julgamento político de Ruso. “O atual prefeito, Iranil Soares, continua no cargo como prefeito. Por conta dessa decisão o ex-prefeito está cassado, perdeu seus direitos políticos. A ação penal e criminal fica sob competência da Justiça. Não quer dizer que a defesa não possa questionar na Justiça, mas na Câmara, o plenário é soberano e a decisão já foi tomada”, afirma.

 

Além de Ruso, também tramitam na Câmara Municipal de Ladário mais sete processos que investigam infrações cometidas pelos vereadores afastados: Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Caffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN), Osvalmir Nunes da Silva (PSDB) e pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB) única que responde ao processo em prisão domiciliar.

 

As sessões de que irão votar os relatórios das Comissões Processantes ocorrerão durante esta semana.  

 

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