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Política Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2016, 18:46 - A | A

Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2016, 18h:46 - A | A

Quebra de decoro

Câmara de Corumbá analisa eventual cassação de vereador que teria invadido hospital

Augusto do Amaral teria se passado por membro do Ministério Público com intenção de filmar supostas irregularidades na Santa Casa da cidade

Gilmar Lisboa
Capital News

Divulgação/Câmara de Corumbá

Câmara de Corumbá analisa eventual cassação de vereador que teria invadido hospital

O vereador Augusto do Amaral: risco de cassação

O vereador por Corumbá Augusto do Amaral (PHS), o “Buxexa”, corre o risco de perder o mandato por conta de uma denúncia que pesa contra ele de suposta invasão de um hospital, fazendo-se passar por membro do Ministério Público.


A denúncia contra o vereador foi feita à Câmara local pelo médico e diretor-presidente da Santa Casa do município, Cristiano Ribeiro Xavier. A suposta ilegalidade praticada pelo vereador então foi lida na sessão desta terça-feira (23) da Câmara.

 
Com base nos fatos relatados pelo diretor do hospital e repercutidos na sessão da Câmara desta terça, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar daquela Casa estuda agora abrir um processo de quebra de decoro parlamentar contra o vereador do PHS.


A possibilidade de abertura de processo de quebra de decoro contra “Buxexa” foi ventilada pelo vereador Evander Vendramini (PP), em entrevista ao site Diário Corumbanese.


Vendramini disse que, assim que a denúncia chegar à Comissão de Ética, via Mesa Diretora da Câmara, ela será analisada num prazo de 90 dias. Nesse período serão   ouvidos os envolvidos, entre eles o vereador e, ao final de todo esse processo, formado um parecer que pode levar a um pedido de cassação de “Buxexa” junto ao plenário do legislativo do município.


Os fatos
Conforme a denúncia que chegou à Câmara de Corumbá contra o vereador do PHS, ele teria, no último dia 16, por volta das 23h30, com uma câmera de vídeo em punho, invadido o hospital, pela porta do pronto-socorro, com o propósito de colher imagens sobre o atendimento prestado naquela unidade.


Na ocasião, conforme o relato do diretor da Santa Casa, ele teria se apresentado como integrante do Ministério Público. A permanência do vereador no interior da Santa Casa teria durado alguns minutos, sendo interrompida somente depois que um funcionário do hospital exigiu a sua saída do local.


Conforme o diretor da Santa Casa, Cristiano Ribeiro Xavier, com sua atitude, o vereador teria, além de comprometido os atendimentos no hospital, colocado a vida de muitos pacientes em risco.


“Imagina um paciente que está em isolamento. Uma pessoa tem de tomar todos os cuidados para entrar no setor. Tem, por exemplo, que colocar luvas, vestir capote para entrar. Se não [fizer esses procedimentos], entra naquele local, pega a bactéria e vai passando para os outros pacientes. Não pode ir entrando do jeito que acha que tem que entrar”, disse o diretor da Santa Casa ao Diário Corumbaense.


 “Ele é uma autoridade, mas, apesar disso, para entrar no hospital, para não colocar a vida dos pacientes em risco, tem que avisar, solicitar horário de visita”, assinalou o médico ao site corumbaense.


O diretor do hospital falou que a invasão também foi comunicada ao Ministério Público e registrada na Polícia Civil. “Ele disse que representava o Ministério Público, então, fiz uma representação na Câmara, fiz um boletim de ocorrência contra ele, e também levei o caso ao Ministério Público”, ressaltou o diretor da Santa Casa.


Outro lado
Procurado pelo Diário Corumbaense para falar da invasão ao hospital, o vereador Augusto do Amaral negou a invasão do local. Ele contou que foi até a Santa Casa para reunir informações para embasar um requerimento legislativo que pretende apresentar sobre o setor de saúde pública do município.


“Só cabe invasão a uma residência particular. Quando você vai a um órgão público, como um pronto-socorro, que é uma repartição pública do município, você foi solicitado por alguém, porque nós representamos a população. Fomos para ver uma denúncia sobre ausência de material no centro cirúrgico. Fui lá para ver isso e, posteriormente, fazer um requerimento e dar o encaminhamento no Legislativo”, disse.

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