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Polícia Sexta-feira, 08 de Fevereiro de 2019, 13:32 - A | A

Sexta-feira, 08 de Fevereiro de 2019, 13h:32 - A | A

CONDENAÇÃO

Casal é condenado a 48 anos de prisão por matar filha de 1 mês de idade

A criança morreu em janeiro de 2016 por negligência dos pais.

Caroline Carvalho
Capital News

Divulgação/MPMS

Casal é condenado a 48 anos de prisão por matar filha de 1 mês de idade

A sessão do juri popular durou quase 12 horas

Após quase 12 horas de julgamento, o casal Lorrayne Guimarães Torres e Gilson Gonçalves foi condenado a 48 anos de prisão por homicídio qualificado. Eles são acusados de matar a filha Ayla Gabrielly Torres, que tinha pouco mais de 1 mês de idade. O julgamento, presidido pelo juiz Deyvis Ecco, foi realizado no Tribunal do Júri de Corumbá, a 425 quilômetros de Campo Grande. 

 

Ela morreu em janeiro de 2016 por negligência dos pais, que não deram os devidos cuidados médicos à bebê que nasceu prematura e com doença que só lhe permitia se alimentar através de sonda. Ele foi retirada do hospital antes do tempo previsto, e, no dia de sua morte, foi ‘largada’ na casa de uma vizinha, enquanto os pais saíam e só retornaram na madrugada, já com equipe do Samu à sua porta.

 

A acusação foi feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), representado pelo Promotor de Justiça Fábio Adalberto Cardoso de Morais, que sustentou a denúncia dos réus pelo crime de homicídio triplamente qualificado: meio cruel, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima. 

 

O Conselho de Sentença acatou a acusação do Ministério Público e decidiu que os réus eram culpados. O juiz fixou a pena de 24 anos de reclusão para cada um.

 

Entenda o caso

O casal é acusado de ter matado a filha Ayla Gabrielly Torres, nascida em dezembro de 2015, prematura aos 7 meses. A criança era ainda portadora de hidrocefalia, e por isso, não tinha capacidade de engolir. Por isso, ela precisou ficar internada no berçário do hospital, sendo alimentada apenas por sonda. 

 

Após 23 dias de internação, a mãe ficou cansada de ir ao hospital todos os dias e decidiu trazê-la para a casa, mesmo ciente de todos riscos. O pai aderiu à conduta da esposa. Já na residência do casal, a criança teve as suas sondas retiradas, e, por ser a única forma em que era alimentada, ficou desnutrida. 

 

No dia 24 de janeiro de 2016, no início da noite, a mãe deixou a criança na casa de uma vizinha, dizendo que voltava logo. Porém, segundo investigações, ela teria ido a uma festa, e não havia sinais de onde estava o pai. A bebê morreu na mesma noite, por volta das 22hs, por bronco-aspiração por meio líquido e absolutamente desnutrida. 

 

De acordo com o Ministério Público, a mãe chegou por volta das 3h da manhã, claramente alcoolizada, e já com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em frente à sua casa. Como o médico responsável não viu sinais de violência na criança, a polícia não foi acionada. Pai e mãe dormiram com a bebê morta em casa.

 

Pela manhã, a mãe saiu pelas ruas com a bebê no colo e, segundo a polícia, o pai ficou em casa assistindo televisão. Sem se importar com a filha, ele foi encontrado em casa vendo o final da Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano de 2016, no jogo entre Corinthians e Flamengo. Ele fez questão de dizer aos policiais que o jogo estava 2 x 0 para o Corinthians. 

 

Os pais foram presos e a polícia militar encontrou quase 160 trouxinhas de pasta base de cocaína em um pacote de fraldas.

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