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Cotidiano Segunda-feira, 06 de Novembro de 2017, 17:50 - A | A

Segunda-feira, 06 de Novembro de 2017, 17h:50 - A | A

Sistema prisional

Depois de fuga em massa, sindicato volta denunciar situação de presídio

Nove presos do presídio de regime semiaberto de Corumbá fugiram com o auxílio de uma corda artesanal

Flávio Brito
Capital News

Divulgação/Sinsap

Depois de fuga em massa, sindicato volta denunciar situação de presídio

 Espaço por onde os presos fugiram

Nove presos do presídio de regime semiaberto de Corumbá fugiram  com o auxílio de uma corda artesanal e agentes penitenciários voltam a denunciar a precariedade do sistema prisional de Mato Grosso do Sul. De acordo com as informações divulgadas pela assessoria do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Groso do Sul), os fugitivos disseram que a intenção era voltar a unidade após praticarem alguns crimes. O episódio é considerado uma fuga em massa.

Segundo o esse tipo de prática já havia sido denunciada pelo sindicato às autoridade locais e solicitado providencias emergenciais. O presidente da entidade, André Luiz Santiago, destaca que a “fuga temporária” é uma situação corriqueira, em virtude da estrutura e a falta de servidores na unidade. “Em setembro, o sindicato encaminhou ao Juiz da Vara de Execução Penal da Comarca de Corumbá um ofício denunciando a situação caótica e desumana do estabelecimento penal de regime semiaberto e aberto, em que não havia condições de garantir a custódia dos presos devido a falta de estrutura física e profissional. Na época sugerimos até mesmo a interdição do local”, afirma André.

De acordo com as informações publicadas nesta segunda-feira (6), a mesma unidade é realizada a custódia de três regimes diferenciados de cumprimento de pena: o semiaberto Masculino, aberto masculino e feminino, totalizando quase 200 custodiados para dois servidores garantirem a segurança, onde os internos são divididos em 11 celas. “A unidade não oferece nenhum segurança e com isso coloca os agentes e a sociedade em risco, por isso e por outros motivos é considerada a pior do Estado, é um absurdo”.

Recentemente o Sindicato foi ao local e constatou as péssimas condições de trabalho no local. “A situação é desumana, não tem computadores, nem radioescuta, câmera de vigilância; quando chove  os servidores tem que ficar arrastando as mesas para que não molhe os documentos; a fossa fica vazando para o terreno vizinho, não tem copa para almoçarem, eles tem que comer a marmitex a céu aberto, os presos saem e voltam a hora que querem,  e não tem efetivo nem pra dar férias para os agentes”, pontuou André.

O sindicato afirmou ainda que a situação necessita de uma medida emergencial. “O ideal seria construir um presídio que ofereça condições adequadas, mas se considerarmos o lapso temporal para a construção que é em torno de três a quatro anos, não temos como esperar todo esse tempo, precisamos de ações imediatas, entre a medida e a efetividade da operacionalidade do sistema é outra coisa. É necessário que o Estado enquanto a unidade não é construída, alugue um prédio adequado e que o número de servidores que fazem a segurança do local seja ampliado, caso contrário a tendência é só piorar e a situação se torne ainda mais caótica”, afirma Santiago.

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