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Cotidiano Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2021, 18:27 - A | A

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Tecnologia

Decisão: Índios guatós no Pantanal recebem internet

Cerca de duzentos indígenas que vivem isolados na aldeia Uberaba

Elaine Silva
Capital News

Divulgação/TRTMS

Decisão:Índios guatós no Pantanal recebem internet

Para o presidente do TRT/MS, o trabalho realizado na aldeia demonstra a missão social dos magistrados

Cerca de duzentos indígenas que vivem isolados na aldeia Uberaba, localizada na Ilha Ínsua, a cerca de 330 km de Corumbá, receberam sinal de internet, a única forma de comunicação com a sociedade externa, já que na aldeia não tem serviço de telefonia. “É um dia histórico para a comunidade guató”, comemorou Laucídio Corrêa da Costa, vice-cacique e coordenador pedagógico da Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho - Toghopanãa, durante videoconferência realizada  nesta quarta-feira (20), diretamente da aldeia com representantes da Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul e da Polícia Militar Ambiental.

Divulgação/TRTMS

Decisão:Índios guatós no Pantanal recebem internet

Internet será paga pelas famílias da aldeia


A instalação da internet via satélite foi proporcionada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região e pelo Ministério Público do Trabalho com aplicação de recursos trabalhistas. O pedido foi feito pelos indígenas à Justiça do Trabalho e à Polícia Militar Ambiental durante a 5ª Expedição de Educação Ambiental no Pantanal, organizada pela PMA em parceria com instituições públicas e ONGs, em dezembro do ano passado, conforme a assessoria. O desembargador do TRT/MS João de Deus Gomes de Souza e o juiz do trabalho Márcio Alexandre da Silva estiveram na comunidade no mês passado para divulgar o Programa de Combate ao Trabalho Infantil e se sensibilizaram com a dificuldade de acesso e comunicação dos ribeirinhos.  

A mensalidade do serviço de internet será custeada pelas famílias indígenas. O sinal também atenderá a Escola Toghopanãa. A logística de instalação e deslocamento foi proporcionada pela PMA. “A Polícia Militar Ambiental vai para a região e, as vezes, fica uma semana em operação. Essa comunicação é muito importante para nós também”, afirmou o capitão Diego Ferreira da PMA.

Para o presidente do TRT/MS, o trabalho realizado na aldeia demonstra a missão social dos magistrados e dos recursos provenientes de multas trabalhistas, que devem ter uma destinação nobre. “É muito importante quando a Justiça do Trabalho se aproxima da população que mais necessita de apoio. Hoje, o acesso à internet e à rede mundial de computadores é, sem dúvida também, um exercício de cidadania”, ponderou o desembargador Amaury Rodrigues Pinto Junior.

 

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