Erick Silva/Capital News
Associação pede a criação de um local para que os associados possam se reunir
Uma audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Corumbá na noite da quinta-feira (18) debateu sobre o “Som automotivo: do seu funcionamento e sua finalidade”. A discussão foi bastante proveitosa e terminou com a indicação de uma área específica para a realização de eventos relacionados a cultura do som automotivo na cidade.
A proposta da audiência foi do vereador Marcelo Lunes (PDT), que não participou da reunião devido a compromissos particulares. A indicação do local foi feita pela própria Associação de Som Automotivo e Carros Rebaixados de Corumbá e Ladário. Logo no início do debate o presidente da Associação, Tel Cosme Garcia, propôs o Parque de Exposições Belmiro Maciel de Barros, que pertence ao Sindicato Rural de Corumbá e fica localizado às margens da rodovia Nelson Chamma e dá acesso à BR-262.
“Nossa principal reivindicação é um local apropriado para desenvolvermos nossa arte. Com um local definido não há motivos para tocar [o som automotivo] fora desse espaço. Nossa sugestão é o Parque de Exposições, do Sindicato Rural”, disse o presidente da Associação explicando que a distância da área urbana favorece a realização de eventos naquele local. A proposta havia sido apresentada anteriormente à direção do Sindicato Rural. Tel Cosme também sugeriu o uso do Parque Marina Gattas, do Município e que fica às margens do rio Paraguai, na rodovia Ramão Gomez, como área que pode ser usada para testes de som pelas 15 lojas especializadas nesse segmento existentes em Corumbá.
Participando da audiência pública, o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Rodrigues Leite, confirmou a solicitação da Associação de Som Automotivo para ocupação do Parque de Exposições e afirmou que o local pode ser utilizado desde que haja prévia apresentação de projetos previstos em lei. “Foi feito o pedido e a diretoria, em reunião, decidiu que poderia ceder o espaço desde que houvesse apresentações de projetos de meio ambiente; bombeiros; juizado de menores; Agetrat; Polícias Militar e Civil e Polícia Rodoviária Estadual. Precisamos desses projetos para não haver problemas. O Sindicato pode ceder esse espaço desde que esses projetos nos sejam apresentados”, afirmou Luciano Leite.
O uso do parque de exposições foi aceito pela Fundação de Meio Ambiente do Pantanal. “É uma área que concordamos. Havendo projetos com respeito às normas ambientais a Fundação não terá nada a se opor a esse local”, disse Luciene Deová, presidente da Fundação. O uso do parque Marina Gattas para testes de som automotivo precisa ser analisado de maneira criteriosa, argumentou Luciene. “É uma área de preservação permanente, protegido por lei federal. É preciso uma análise cuidadosa para realização desses testes”, complementou.
Para o coordenador Municipal de Segurança Pública, Fernando Jorge Castro de Lucena, a área do Sindicato Rural é bem vista para esse tipo de atividade, porém é preciso cuidado devido a rodovia que passa em frente ao parque de exposições. “O local atende às necessidades e também garante respeito às pessoas que não curtem esse tipo de arte. Não me oponho ao local, mas é preciso ver a questão da rodovia, teremos as pessoas passando por ali em grande número e, é preciso ver essa situação e prever a segurança”, observou.
Segundo ele, a utilização do Marina Gattas como área de testes pode ficar difícil porque há um convênio, que deve ser finalizado nos próximos dias, definindo a ocupação do local pela Polícia Rodoviária Estadual, que o transformará em base daquela corporação na cidade.
O comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Wilson César Velasques, participou do debate e destacou a iniciativa da Associação de Som Automotivo. “Foi uma brilhante iniciativa e importante porque já trouxe a solução. A PM está de portas abertas para ouvi-los em busca de uma solução”, afirmou ao informar que a atribuição da Polícia Militar é cumprir a lei e proteger a comunidade, que é o bem maior da cidade.
Presidente da audiência pública, o vereador Evander Vendramini (PP), ressaltou a atitude dos proprietários de som automotivo em buscar a legalização de uma área para exercerem a atividade e colocou o Legislativo Municipal à disposição para a busca de uma solução. “É difícil quando querem exercer uma atividade sem regulamentação. Vocês já constituíram uma associação e estão buscando essa regularização. Ficamos felizes com essa parceria da Associação com o Sindicato Rural e vejo que não impedem que ao longo tempo encontrem uma área própria e definitiva", disse.
A Agetrat, representada pelo assessor jurídico JovanTemeljkovitch, também participou da audiência pública.