O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, divulgou por meio de sua assessoria nesta segunda-feira, 20 de agosto, uma carta de repúdio às declarações do presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Evander Vendramini, na sessão de terça-feira, 14 agosto, durante a palavra livre na tribuna do Legislativo. O presidente da Casa, ofendeu a moral e a memória dos pais falecidos do prefeito, e do deputado estadual Paulo Duarte, candidato a prefeito do PT, com insinuações pejorativas sobre a amizade de ambos. O prefeito, em seu texto, também afirma que tomará medidas judiciais em relação ao caso.
Leia a íntegra da carta:
Um exemplo de política com "p" minúsculo
O calor das disputas eleitorais tem como efeito negativo o acirramento exacerbado dos ânimos entre os militantes das forças políticas participantes da contenda e, por vezes, dá lugar a um ou outro xingamento, alguns palavrões e a necessária intervenção do Poder Judiciário, para sopesar os direitos e coibir os exageros.
Esse ambiente não pode, entretanto, abalar a indispensável serenidade e responsabilidade das autoridades e chefias dos poderes constituídos. Essas lideranças devem ter grandeza de espírito e atuar, mormente nesses momentos mais atribulados, como árbitros, mediadores ou moderadores dos abundantes conflitos.
O pior cenário nesses momentos é quando aqueles que deveriam ter a grandeza dos líderes e se apresentar como moderadores dos conflitos, deixam-se contaminar pelas mesquinharias da pequena política, que Rui Barbosa bem alcunhou de politicalha. Nesses falsos líderes habitam o ódio e a intolerância e estão ausentes a sensatez e o equilíbrio.
Esse, infelizmente, é o cenário que se começa a vislumbrar em Corumbá. O presidente da Câmara Municipal, candidato à reeleição e apoiador de uma candidata a Prefeita, tem utilizado o Legislativo municipal como seu palanque eleitoral, por meio do qual profere os ataques mais insanos e abjetos contra os que ele mesmo classifica como seus adversários.
Em sua investida mais recente, seguindo seu triste e infeliz roteiro de xingamentos e baixezas, o referido vereador ofendeu a memória de meu Pai e, também, do Pai do Deputado Paulo Duarte, dizendo, em tom de zombaria, que os dois "trocavam faquinha", num discurso lamentavelmente imoral, que demonstra todo seu despreparo para a vida pública.
Nossos pais foram homens simples, que viveram honestamente e em harmonia com seus contemporâneos, e não estão mais entre nós para defender suas honras. Com suas palavras injuriosas, essa pessoa vilipendiou a honra e a memória de nossos falecidos Pais e nos ofenderam gravemente.
Além de lamentar esse vilipêndio, já estou estudando as medidas judiciais cabíveis, para reparar o dano moral que a minha família está suportando e punir as palavras assacadas contra a memória de meu Pai. A imunidade parlamentar não há de ser banalizada por políticos mendazes como pálio da impunidade, para acobertar tamanho descalabro.
Ao perpetrar essa agressão desnecessária, gratuita e sem sentido, o presidente da Câmara Municipal evidencia a clara diferença entre os que fazem Política e os que chafurdam-se no esgoto da politicalha; entre os que promovem o debate político no campo das ideias e os que, indigentes de qualidades, valem-se apenas das agressões pessoais.
Como dizia Rui Barbosa, a política "é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis."
Conto com a Justiça de Deus, para iluminar meu caminho e me dar serenidade; com a Justiça dos Homens, para aplicar a lei da forma mais equânime possível; e, finalmente, espero pela Justiça da soberania popular, por meio da reflexão consciente de cada cidadã e cidadão corumbaense, para não colocar na vida pública políticos com "p" minúsculo.
A vocês, PAIS, Oswaldo de Oliveira (Rolinha) e Edson Duarte, a nossa eterna gratidão.
Corumbá, 20 de agosto de 2012.
Ruiter Cunha de Oliveira